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Capítulo 2

Eu me encontrava em um sábado de manhã, com as mãos geladas enfiadas no bolso do meu moletom, indo em direção ao mercado. Meu irmão havia ganhado novamente no pedra papel e tesoura, e foi a minha vez de ir ao mercado comprar o café (como sempre). Em um pleno sábado as sete e meia da manhã, eu me encontrava em uma fila de quase dois metros, para comprar pães. Na hora eu tive uma vontade imensa de matar meu irmão, mais depois vi que não seria uma boa idéia. A não ser que eu queira sair da briga cheia de hematomas. Isso mesmo, meu irmão é aquele tipo de carinha, que da medo em todos. Seus músculos são enormes, e ele pode muito bem arrancar sangue do seu nariz com um único soco (digo isso porque já presenciei uma cena dessas, quando um menino ousou me xingar). Bom, meu irmão é um tipo chato, que malha todos os dias, e procura encontrar vários motivos para me irritar, e acredite ele encontra até onde não tem.
Mas eu sei muito bem, que atrás desse menino durão e irritante tem um ótimo irmão. E também sei que ele seria capaz de fazer tudo por mim, e aconselho você a não se meter comigo, pois você pode sair com o nariz quebrado. Bom, e esqueci de dizer, que durante esse tempo todo, ele foi um pai pra mim. Um pai que eu nunca tive. Afinal, eu nunca o conheci, ele morreu quando tinha dois meses de vida. Bom, se bem que ele não é um pai muito responsável. Pois um bom pai, e em sã consciência não mandaria sua filha ir a padaria, com esse frio as sete horas da manhã, e com previsões de chuva. Mas tudo bem.
- Oi seu João – disse sorrindo para o padeiro, que me conhecia desde pequena, pois sempre vinha na padaria para o meu irmão – Pode me dar uns quatro filões?
- Claro Bella, aqui está – disse ele me dando um saco com quatro pães quentes – Como vai minha linda?
- Vou bem, e o senhor? – disse sorrindo –
- Vou bem também – ele sorriu e eu acenei indo até a rua – Até mais Bella!
Todos sempre me chamaram de Bella, menos Luan que sempre me chamara de Picles. Bom, eu também acho que Bella não combina muito comigo. Afinal eu não sou nada bela, e muito menos bonita, com aquele corpo de dar inveja em todos. Realmente, não eu não achava que isso combinava comigo.
Cheguei em casa, e joguei o pão na mesa. Eu com certeza não faria o café para meu irmão, afinal ir a padaria em um sábado de manhã já foi um grande e enorme sacrifício. Então cozinhar para ele já seria pedir demais.
- O pão acabou de chegar! – gritei – E eu não vou fazer sanduíche pra você de novo.
- Ah, obrigado maninha! – disse Fernando descendo as escadas – Obrigado mesmo, e é melhor eu agradecer por amanhã também.. Estou sentindo que você vai perder novamente no pedra papel e tesoura.
- Mas é convencido em? Se fosse você, não contava com a vitória antes da hora.
- Eu sei que vou ganhar! Só isso.. estou sendo realista.
- Não, esta sendo convencido.
- Não vou brigar com minha irmãzinha mais nova.
- Puta que pariu! Eu sou só dois anos mais nova. E pode ter certeza que tenho muito mais juízo que você viu?
- Bom, isso eu não posso negar. Juízo me faltou, mais eu sou mais velho então não discute ta bom querida?
- Vou pro meu quarto! – subi as escadas, e fui pro meu quarto –
Me deitei e tirei um cochilo, de menos de meia hora. Se o telefone não tocasse e acabasse com o meu sonho, juro que gostaria de dormir pelo resto da minha vida.
- Alô? – disse passando a mão sobre o meu cabelo desajeitado –
- Amiga? É a Carol, você não podia me fazer um favor?
- De pende. Afinal, tem que ser um assunto muito sério, porque você acabou de me acordar, e eu tava sonhando que tava namorando o Caio Castro,. Aquele lindo!
- Fiz bem em te acordar. Sonho não alimenta ninguém não viu? Ainda mais aqueles sonhos impossíveis.
- Estraga prazer.. Sério, se tivesse algum troféu para as pessoas irritantes e que adoram de estragar a felicidade dos outros, você ganharia ta bom? Além do mais, o premio da preguiça também é seu.. A não ser que você tenha preguiça de levantar da cadeira pra buscar o troféu! Perai.. E o premio da loucura também.
- CHEGA! TUDO BEM.. EU BEIJEI O SEU IRMÃO!
Perai, isso só pode ser a continuação do meu sonho sabe? Ela, beijou o meu irmão? O Fernando, aquele irritante e chato? Mulherengo.. e sei lá mais o que?
- O que? A gente ta falando do mesmo Fernando? Deve ser outra pessoa.. como assim você beijou ele? Simplesmente não pode.
- É, eu o beijei sim! E.. eu acho que eu gostei!
- Para tudo! Você não pode ter gostado do beijo dele – fiz uma careta, ao imaginar minha melhor amiga beijando meu irmão – Você esta tomando seus remédios certinho?
- Para de brincadeira Bella, é sério!
Sério, eu não estava conseguindo acreditar, que minha melhor amiga beijou o nojento do meu irmão. Tudo, eu só digo nojento, porque ele é meu irmão, e simplesmente acho nojento ela beijar meu irmão. Meu irmão? Meu Deus!
- Serio Carol, você não pode levar isso a sério. Você sabe muito bem, que o seu amorzinho pelo meu irmão já tinha passado a muito tempo, você sabe! Sabe também, que pra você pode ter sido “o” beijo, mais pra ele não passou de um simples beijo.. de mais uma menina! – respirei fundo – Acredite amiga, eu só estou te falando isso, porque eu sei muito bem como é meu irmão, e eu quero te ajudar.
- Eu sei.. eu sei! Mas o que eu faço? Não consigo tirar aquele maldito canalha da minha cabeça! Ops, desculpa.. eu to falando do seu irmão.
- Não precisa se preocupar, eu também acho ele um canalha de meia tigela.
- Amiga, eu preciso falar com você! Sabe, preciso de um ombro amigo.
- Faz um seguinte, vem pra cá.. Eu dou um jeito de fazer com que você não veja ele! Vou ver se consigo tirar ele de casa, ou alguma coisa assim.
- Acontece que eu já to na porta da sua casa.
- Ta eu to indo ai fora.
- Tudo bem! – ela desligou –
Desci as escadas, e sentei no degrau da varanda.. E ela disse que estava lá fora! Ta já devia saber que ela é meio exagerada. Acontece que uma vez ela me obrigou a andar mais de cinqüenta quarteirões. Isso mesmo, cinqüenta. E ela me falando que era uns dez. Então já devia me acostumar, que quando ela diz que esta na frente da minha casa, ela esta no mínimo umas cinco quadras adiante.
- Amiga!!!!!! – ela sorriu ao me ver, e me abraçou –
- Vamos entrar?
- Espera, meu irmão ta chegando. Trouxe ele para que ele conversasse com Fernando, enquanto a gente entrasse.
- Por quanto ele fez isso?
- Na verdade, não sei o que ta acontecendo com ele. Acredita que ele não me pediu nada em troca?!
- Tudo bem, vou fingir que acredito!
- Pois pode acreditar, eu mudei – me virei e dei de cara com Luan.. ele estava com o cabelo meio bagunçado, e molhado deixando com que alguns fios de cabelos caíssem levemente por sua testa... estava, razoável.. ou melhor, bonito! Tudo bem, quem eu estou tentando enganar? Ele estava lindo, perfeito..
- Tudo bem.. Hã.. – disse balançando a cabeça – vamos entrar!
- Espera Bella, e se o Fernando tiver na sala?
- Tudo bem, o Luan chama ele, eles vão pro quarto do Fer, e daqui uns dois minutos a gente entra tudo bem?
- Tudo bem.
- E quem disse que eu vou fazer isso? Sério, eu não to afim! – disse o Luan –
- Continua o mesmo chato de sempre viu? – sorri – Por favor, pela sua irmã.. Por mim?
- O que eu não faço por você Picles? Ta bom, to entrando! – disse ele sorrindo, e entrando –
Esperamos alguns minutos em silêncio, e entramos! Fomos pro meu quarto na pontinha do pé, e quase que Fernando descobriu que Carolina estava lá.
- Tudo bem, chegamos e estamos a salvo! – sorri fechando a porta –
- Pois é, meu coração disparou quando eu pensei que ele sabia que eu tava aqui – disse ela sussurrando –
- Porque você ta sussurrando?
- Ham.. Ah é, não preciso sussurrar mais!
- Não, não precisa.
- Amiga, eu tenho mais uma novidade pra te contar.
- Mais uma? Sério, eu acho que uma bomba por dia já ta bom o suficiente..
- Não! Não... essa novidade é boa.
- Ah, então eu quero saber. – disse me sentando do seu lado -
- Bom, você sabe que meus pais são separados há alguns aninhos sabe? – afirmei com a cabeça – E sabe da novidade? Eu tenho uma irmã, de onze anos. – ela disse com um sorriso de orelha a orelha –
- E você só descobriu agora?
- Sim.. Bom, minha mãe e o Lu já sabiam. Mas você acredita que eles nem me contaram?
- Acredito! Sério, você ia pirar na hora.
- E a melhor, ela ta vindo pra cá me conhecer.. Afinal, ela mora em Goiás, e fica meio longe daqui.. E como ela ta em época de férias..
- Que legal! – disse sorrindo –
Do nada, um barulho enorme e a porta se abre.
Meu coração disparou, ao pensar que podia ser meu irmão, mais ele se acalmou ao ver Luan, com um sorriso no rosto, e rindo da nossa cara.
- Sério, vocês fizeram uma cara tão estranha meu Deus! – disse ele rindo, ainda –
- Para, isso não tem graça.. Afinal, se fosse meu irmão a coisa ia ta feia.
- Podem me falar o motivo de tudo isso? Afinal, eu não sei o motivo de todo esse aue, afinal porque seu irmão não pode ver minha irmã?
- Hã, pergunte pra ela ué! É sério, isso não diz respeito a mim, e sim a ela.
- Bom, eu não posso te contar – disse ela, tristinha –
- Tudo bem, então eu conto pro Fernando, que você esta aqui! – disse ele colocando a mão na maçaneta –
Infelizmente ele continuava o mesmo chantagista de sempre.
- NÃO! – gritei, e ele deu um sorriso de lado – Tudo bem, eu te conto. – olhei pra Carol, que me fuzilava com o olhar. Parecia querer me dizer ”Se você contar pra ele, nunca mais olhe pra mim”, mais eu precisava contar, ou senão o pior seria feito – Bom, ela beijou o Fer.
- Não, ele me beijou! – ela corrigiu –
- Tudo bem, e foi.. de língua? – perguntou Luan –
- Não, foi um estalinho! – disse ela ironizando – Sério, eu sou uma bebê. Luan, eu tenho dezoito anos né? Pensa bem! Claro que foi de língua, e foi um máximo! – ela disse sorrindo como uma boba, e nesse momento eu tive certeza que o amor dela, pelo meu irmão não fora passageiro, ele ainda permanecia ali - Só que.. não devia ter sido um máximo, devia ter sido horrível, isso sim!
- Tudo bem, chega disso tudo bem? – disse luan estranho – E você, gosta mesmo dele?
- Sério, isso é papo de garota Luan. E porque de uma hora pra outra ta querendo me ajudar?
- Porque eu sou seu irmão – disse ele se sentando do seu lado, e a abraçando – E quando eu quero, eu posso muito bem mesmo ser melhor do que qualquer melhor amiga. – disse ele dando ênfase no “melhor amiga”. Eu entendi que aquilo foi pra mim!
- Olha em? Eu sou a melhor amiga de todas, e estou me sentindo sozinha. Me deixaram de lado – fiz biquinho –
- Ah vem cá – disse ele abrindo os braços e sorrindo pra mim –
Sorri e pulei no colo dos dois, os fazendo rir.
- Ai, sua gorda! Sai de cima de mim
- Tudo bem amiga, saio sim, afinal, você me pediu com muita educação! – sorri de lado, abracei os dois novamente, e me sentei no meio dos dois –
- Então, que tal a gente fazer alguma coisa pra animar você maninha? – disse ele sorrindo, e a abraçando, por trás de mim –
- Sei lá, to sem animo.
- Sério, hoje vai ser o seu dia. A gente faz tudo o que você quiser! – ele sorriu de um jeito lindo, e olhou pra mim – Não é mesmo Bella?
- Hã? È.. Sim, a gente faz tudo o que você quiser! – disse saindo do transe –
- É, tudo mesmo? – ela fez uma cara diferente, a cara de quem vai aprontar!
- Tudo sim. – dissemos eu e Luan juntos –
E você realmente não vai acreditar, o que ela escolheu.. A gente não fazia isso, a sei lá quantos anos. Uns sete ou quem sabe oito.
O Luan estava apenas de cueca, na nossa frente, olhando pela janela, e com cara desajeitada. Bom, eu na verdade não dizia nada, afinal era até melhor ficar com a boca fechada. Afinal, como eu sou desastrada, se eu abrisse a boca era bem capaz de sair besteira, muita besteira. Quer saber o tamanho da besteira? Então pense, que tem uma garoto lindo, na sua frente, só de cueca, com músculos enormes.. Tudo bem, chega! Acho que já deu pra vocês perceberem a situação na qual eu me encontrava.
- Sério gente, eu realmente tenho que fazer isso? Porque.. Hã! Sei la.
- Você disse qualquer coisa.
- Tudo bem! – ele respirou fundo – Só porque você é minha irmã favorita.
- Você sabe que conheceu a outra, faz alguns meses, e eu você conhece desde que nasci, então eu tenho a prioridade né? Agora vá logo. – disse ela o empurrando, rumo a porta –
- Ta, não precisa empurrar. E vou sozinho! – disse abrindo a porta e olhando pros dois lados –
- Vai agora que não tem ninguém! – disse confirmando –
- Ta né? – ele não pensou duas vezes e saiu indo até o outro lado do quarteirão. De repente, ele abriu os olhos e voltou correndo pra dentro –
- Meu Deus, vocês vão me pagar por causa disso tudo!
- Ai...meu...Deus! – disse passando a mão sobre a barriga, que já estava dolorida de tanto rir –
- Foi tão engraçado a parte das velhinhas, e da menininha! Elas olharam pra você, de um jeito tão..
- Engraçado – disse ainda rindo –
- As velhinhas até que estavam gostando de ver meu irmão gostoso só de cueca, e ainda por cima branca!
- Ei, eu sei que eu não sou de jogar fora, mas não precisa exagerar! Eu vou lá em cima me trocar..
- Tudo bem.
- O que você ta fazendo aqui? – ouvi uma voz que vinha da escada, e me dei de cara com o meu irmão encarando Carol, nesse momento as risadas acabaram –
- Bom, eu vou ver.. Parece que eu ouvi o Luan me chamar!
Subi pro quarto correndo.
- Achei melhor deixar os dois sozinhos lá – disse entrando no quarto e fechando a porta –
- Também acho melhor eles se resolverem o quanto antes. Eu acho que os dois se gostam sabe? E também acho, que eles deviam dizer o que sentem o quanto antes sabe? Talvez quanto eles encontrarem a coragem, e resolverem dizer que se amam, seja tarde demais.
- Nossa, ta sabendo viu? Então, senhor sabe-tudo, me diz como vai a sua vida amorosa?
- Um tanto quanto agitada. E a sua pequena?
- Bom, meu ultimo namorado me traiu, e o ultimo carinha com quem eu fiquei, mordeu minha língua.
- Puta que pariu, o trem ta feio pra você em?
- Meu bem, você ta pensando o que? Você acha que alguém como eu, com esse corpinho – disse passando as mãos sobre meu corpo – Vai ficar sozinha? Claro que não meu bem, tem muita gente me querendo! – sorri ironizando –
Pela primeira vez, vi que Luan me olhava de uma forma diferente.. Não sei como, só sei que era estranho ver ele me encarando assim, e não tirando os olhos de mim.
- E você acha que alguém como eu, vou namorar logo cedo? To afim é de curtir.
- O seu curtir, seria ao certo magoar as garotas não é?
- Vem cá Picles, senta no meu colo – disse ele batendo sobre suas pernas – Quer saber de uma coisa? Não.. primeiro deixa eu te perguntar uma coisa. Você acredita no amor?
— Eu acredito no amor em si, mas acho que posso viver minha vida inteira sem sentir isso. Sem encontrar um alguém especial.
— Eu não acredito nisso. Eu acho que todos nós um dia vamos encontrar alguém que amaremos de verdade. Nós só temos que ser espertos o suficiente para não deixar a oportunidade fugir. Por vezes, passamos a vida inteira sem notar que a pessoa que vai nos fazer feliz está bem ao nosso lado. E enquanto eu não encontro essa pessoa, o que tem demais em procurar por ela?
- Tudo bem, você pode até achar isso. Mas essa sua forma de procurar esse alguém, não é esperar por ela, e sim ir beijando todas até encontrar ela.
- Eu ainda não a encontrei, e quer saber de uma coisa? Quando eu a beijar, eu vou saber muito bem que ela vai ser a mãe dos meus filhos.
- Como você tem tanta certeza disso?
- Porque dizem, que quando você beija por beijar é como se você estivesse beijando a própria mão, ou o espelho, mais quando se beija alguém que você realmente ama, ai a coisa realmente muda de figura.
Achei completamente estranho, ele usar essa frase. Essa frase, que um dia minha avó tinha me dito, quando eu era pequena e havia perguntado pra ela o que era o amor.
– Vovô, o que é o amor?
- Minha neta, sabe.. O amor não é algo que possa ser explicado e sim sentido.
- Então, quando se beija alguém, é porque você realmente a ama?
- Dizem, que quando você beija por beijar é como se você estivesse beijando a própria mão, ou o espelho, mais quando se beija alguém que você realmente ama, ai a coisa realmente muda de figura.

- Picles, você ta bem?
- To sim, so estou com um pouco de dor de cabeça. – menti -

Capítulo 1


"Meu primeiro e único amor"


Fazer escolhas é natural. À toda hora, mesmo quando não percebemos, estamos tomando decisões. Algumas não irão influenciar nossa vida em nada, outras fazem a enorme diferença. E o mais engraçado é que, às vezes, essas que mudam nossa vida nem mesmo pareciam ser tão importantes.
Quem nunca passou por uma situação onde se perguntou, por exemplo, que se não tivesse se atrasado naquela segunda-feira porque decidiu tomar banho antes de sair poderia teria sido vítima daquele assalto que aconteceu dez minutos antes ou conhecido aquela pessoa ao lado de quem sentou no ônibus?
A parte ruim de fazer escolhas é que você nunca sabe qual é a certa ou que te trará bons resultados. Você está às cegas dentro de uma piscina de bolinhas: todas têm o mesmo formato, mas são de cores diferentes. E somente quando abrir os olhos, você saberá se fez a escolha certa... Ou não.
~/~/~/~/~
As suas mãos estavam em minha cintura, e as minhas em sua nuca. O beijo prosseguia lento e gostoso, mais não senti nenhum arrepio, nem borboletas no estômago, e minhas pernas não estavam nem um pouco tremulas. Dizem por ai, que quando se beija por beijar, é como se você estivesse beijando a própria mão, ou até mesmo o espelho, mas quando se beija alguém que você realmente ama.. Ai a coisa muda de figura. Sabe o que é estranho? Eu nunca senti essas coisas por ninguém, é como se eu não acreditasse que um dia encontraria a minha alma gêmea, ou coisa assim. Alma gêmea? Isso é para idiotas! Pra mim isso não passava de uma besteira, uma lenda. Até quando? Não sei.
- Filho, você ta ai? – disse um homem se aproximando -
Nesse momento, senti uma mordida na minha língua.
- Ai! – Rapidamente me afastei do menino, e o olhei séria –
- Meu pai, ele ta aqui. Eu preciso sair daqui antes que ele me veja com você. – ele saiu sem dar nenhuma satisfação -
- Olá moça, por acaso você viu o meu filho? Um menino alto, moreno..
Claro senhor, ele se assustou tanto com a sua voz, que mordeu minha língua durante o beijo, e saiu correndo.
- Me desculpe senhor, mas não vi ele não.
- Obrigado.
- De nada – sorri de lado, e fui atrás da Carolina, pois precisava ir embora –
A música estava tão alta la dentro, e minha cabeça estava doendo mais do que o normal, provavelmente o efeito da vodka já estava fazendo efeito.
- Carol! Pelo amor de Deus, vamos embora?
- Pra que a presa? Eu nem bebi muito.. E outra, não fiquei com ninguém até agora.
- Carol, eu preciso ir embora. É sério! – disse com a língua enrolada -
- Nossa, o efeito da bebida já deve estar fazendo efeito em você, ta falando tudo estranho.
- Não é a bebida. É que o carinha com quem eu estava ficando, mordeu a minha língua. Sério, e agora ta doendo pra caramba!
- Tudo bem, depois que eu subir naquela mesa – disse apontando para um mesa rodeada de homens, a maioria deles bêbados – E fazer um Strip-tease a gente vai ok?
Eu não duvido que ela faça isso em nenhum momento, do jeito que a Sr. Carolina é, é bem provável que dê uma louca nela, e ela suba mesmo na mesa.
- Perai, você acha mesmo que eu faria isso? Porque você ta me olhando de um jeito estranho.. Tudo bem, eu sou louca mais nem tanto assim.
- Ok, ok. Claro que eu sabia que você não seria capaz de fazer isso.
Na verdade, eu sabia muito bem que ela era capaz de fazer isso, e muito mais.
- Tudo bem, vamos embora então. Eu só vou pegar minha bolsa, e já venho.. E você me espera aqui.
- Tudo bem.
Era típico dela fazer isso comigo. Eu lá parada, a esperando á mais de quinze minutos.
- Até que enfim né? – disse ao avistar ela vindo em minha direção –
- Poxa, tava vendo se tinha algum menino bonito aqui, você já achou um pra você hoje e eu não. E isso é um milagre.
Tudo bem, digamos que ela e minha mãe vivem dizendo que para uma menina como eu de dezoito anos, é preciso aproveitar mais. Tudo bem, eu realmente acho que preciso de um namorado, mais até agora não encontrei absolutamente ninguém que realmente me deixasse de boca aberta, ou alguém que fizesse meu coração disparar. E também não queria Carol e minha mãe metidas nisso.. Elas já me colocaram em problemas demais, como marcar encontros com completos estranhos, e sem nem me consultar. Já sai com um padeiro, que passou a maior parte do tempo falando sobre pães, já sai com um carinha super estranho que só sabia falar de rock.. Isso cansa! Eu vivo me perguntando quando vou poder ter uma família normal, um relacionamento normal, conhecer as pessoas naturalmente.. E não ter encontros com caras completamente malucos, que falam tanto que me deixam entediada.
Nunca. Isso mesmo, nunca. Desde quando minha família é normal? Ou minha vida é normal? É acho que nunca.
- Isabella? Você ta ai?
- Hã? Que? – disse saindo do transe –
- Vamos vai. – ela disse saindo do local da festa, e entrando no carro – Amiga, se eu te pedir um favor você faz pra mim?
- Depende. Fala ai. – disse tirando os sapatos do pé, eles estavam me matando -
- É que eu não quero ficar sozinha hoje, você não pode dormir lá em casa? Vai ser divertido. Doces, e mais doces.
- Na verdade, acho que vou lá pra te ajudar com a ressaca não é? Você bebe demais menina.
- Tudo bem, então mudando.. Doces e mais doces. E também.. ressaca! Que tal?
- Só vou fazer isso, porque você é realmente minha amiga. Minha melhor amiga. Ta bom?
- É por isso que você é minha amiga, e é por isso que eu te amo..
- Tudo bem, vamos logo que eu to afim de dormir. – ela colocou o pé na marcha e logo chegamos –
Depois de ajudar ela, e fazer um chá para melhorar a dor de cabeça, fui dormir. No sofá, é. Poxa eu fui tão legal com ela, ela podia ao menos ter deixado em dormir na cama não é? Mas tudo bem, não ia reclamar.. Afinal, eu estava com sono e dormiria de qualquer jeito.. Liguei a TV, e comecei a assistir um reality show japonês, daqueles que os homens tem que ficar segurados em um tronco e quem cair por ultimo ganha. Tentava dormir, mais o sono não vinha. Talvez fosse pelo sofá que era pequeno, e desajeitado. Aposto que acordaria com uma baita dor de cabeça.
De repente.. Tudo se desligada.
- Pronto, pra melhorar tudo acaba a força. Ótimo Isabella! – resmunguei –
Nessa hora Carolina devia estar dormindo quentinha, em sua cama gostosa e eu aqui na sala em um sofá minúsculo, acordada e sem poder fazer nada.
Estava sentada quieta no sofá, resolvi tentar dormir, mais era como se o sono tivesse fugido de mim. Era estranho. E eu sabia muito bem que não era uma boa idéia levantar de lá pra ir a algum lugar, pois como eu sou desajeitada, era bem capaz de esbarrar em algum objeto caro, e o quebrar. Era melhor continuar como estava.
Do nada a porta de entrada se abre e logo se fecha. Quem será?
- Quem ta ai? – disse meio nervosa –
- Quem é você? E porque as luzes não acendem?
- Cara, a luz acabou.. E quem é você em?
- Cadê você? Não to te vendo.
- Meu Deus, eu perguntei umas mil vezes, quem é você?
- Cadê você meu Deus?
- Se eu for até ai e você for um louco e maníaco que quer se aproveitar de mim?
- Isso não vai acontecer.
Me levantei, e fui andando.. Não sabia para onde estava indo, só sabia que estava andando. E parei quando me esbarrei em alguém, ou alguma coisa.
- Ei! – disse alguém –
- Pronto te achei, agora se isso for uma brincadeira de pique-esconde eu ganhei, agora me diz quem é você e o que fazendo aqui?
- Quem é você?
- Isabella. Agora bem que você podia se afastar de mim não é? – disse isso, pois podia sentir sua respiração quente e ofegante em meu rosto, e podia muito bem sentir o cheiro de seu perfume –
- Isabella? É filha da empregada ou coisa assim?
- Não. Agora eu tenho direito a perguntas também ué.
- Tudo bem, vá em frente.
- Quem é você?
- A essa pergunta eu não posso responder. Quero deixar um certo mistério.
- Ótimo, então eu vou la em cima chamar a Carol, e dizer que tem um ladrão querendo roubar a casa, e me manipular.
- Você vai conseguir achar a escada? Porque pelo que percebi você é meio aérea, ou desastrada.
- Sou mesmo, mas sempre que sou determinada eu consigo. E se o caso é um ladrão querendo me “pegar” eu corro e acho o caminho bem rápido.
Ó deus, onde é que eu estava com a cabeça falando com um completo desconhecido que podia muito bem ser um maníaco? Estou louca. Isso só pode ser um sonho. Isso é um sonho!
Me belisquei, e percebi que era a pura verdade.
- Tudo bem, vá em frente.. Ou tente pelo menos, porque daqui você não sai. – Ele me pegou pela cintura, e me segurou –
- Me solta seu maníaco, eu vou gritar e vou acordar a Carol.
- Minha irmã tem um sono de pedra, ela não vai acordar tão cedo.
Irmã? Como assim? Hã? Mas.. Meu deus, então se a Carol é a irmã dele, ele só pode ser...
- Luan?
- Ah, pronto matou a charada. Se bem que eu acho que dei muita dica pra você.
- Da pra me soltar agora? Você realmente é um maníaco menino.
- Não é isso o que eu escuto geralmente das mulheres, definitivamente não é.
Me virei de frente pra ele, e o olhei.. Apesar de estar escuro, dava muito bem pra ver os seus olhos, que brilhavam de uma forma absurda.
- Aposto que você não tem idéia de quem eu sou. – disse -
- Picles?
- Poxa, matou a charada de primeiro!
Picles? Como assim? Ele ainda lembra disso! Parece que sim.
Bom.. deixa eu explicar melhor essa história pra vocês! Eu conheço o Luan desde pequeninha, e ele sempre gostou de me irritar. Era típico dele. Era incrível a facilidade com que ele fazia as mulheres caírem nos pés dele. Quando passava as férias na casa dele, sempre que eu atendia o telefone, era uma menina diferente querendo falar com o “gatinho luanzinho” e isso me irritava. Parecia que eu era a telefonista particular dele. Teve um dia, em que eu não me esqueço, que eu disse para uma menina que ele era meu noivo e a gente ia se casar, ela desligou na hora e nunca mais ligou. Bom, pelo menos durante o tempo que eu estive lá não. Bom, e porque o apelido Picles? Isso eu realmente não sei.. Ele sempre me chamou assim, mais não sei o que eu tenho haver com Picles.. Por acaso eu sou azeda?
- Porque Picles?
- Ah.. Na verdade eu não sei, mais gosto de te chamar assim! Não me pergunte porque.
- Você é completamente estranho muluque!
- Bom, se eu te conheço bem, e estiver quase igual á cinco anos atrás, você ainda é super desastrada, e detesta guaraná.
- Continuo detestando guaraná, mais eu não são tão desastrada assim ta bom?
Dei um passo para trás, pois senti que estava perto demais dele.. mas o que eu não percebi era que tinha um degrau atrás de mim e acabei caindo.. Não, cair cair eu não cai. Porque ele me segurou. Podia sentir uma de suas mão na minha cintura e a outra em meu braço.
- Isso é que eu chamo de desastrada.
- Tudo bem, esta escuro.. Me dê um desconto!
De repente..
A força volta, e tudo se acende.
Ao ver a cena em que estava, fiquei um pouco constrangida, pois estava mais perto delo do que pensava.. E bom, ele realmente não era o mesmo Luan de cinco anos atrás. Não no sentido de estar feio. Ele com certeza devia ter muito mais meninas atrás dele, muitas mesmo. Porque? Porque ele estava absolutamente lindo. É, isso mesmo. Seu cabelo castanho escuro, seus músculos (que, eu vou te contar, não eram nada pequenos), sua altura, seu sorriso sincero e sua covinha minúscula na bochecha direita faziam dele o garoto mais bonito que já vira. Agora, juntando isso ao fato de que ele era super gentil, inteligente e engraçado, dava pra sacar por que se tornara o mais popular também.. E porque todas as garotas se jogavam em cima dele. É bem fácil compreender, então, o motivo de praticamente todas as garotas (e alguns garotos) me invejarem por sempre ter tido ele do meu lado me irritando, me chamando de Picles e de quererem me matar por nunca ter flertado com ele, agarrado, beijado ou algo do gênero.
Acontece que ele era tão irritante comigo, que eu nunca havia percebido realmente como ele era lindo..
Tudo bem, nesse momento eu devo estar olhando pra ele como uma babaca, e pesando alto “Nossa, como ele mudou, ta lindo”. Juro que estou rezando para não fazer nenhuma burrada dessa. Mas como ele mesmo disse, eu domino a arte em ser desastrada.
- Bom.. É, você já pode me soltar. A luz voltou e eu não preciso que você me segure – disse a ele –
Na verdade, por um momento quis que ele me segurasse, era como se eu estivesse protegida em seus braços. E sempre foi assim, desde pequena.
- Você cresceu pequena! Virou uma Picles grande. – ele sorriu de um jeito lindo, que me fez sorrir também e me soltou -
- Não gosto que me chamem de Picles. – cruzei os braços e comecei a bater os pés –
- Não gosto que me chamem de Picles. – cruzei os braços e comecei a bater os pés –
Bom, além de Picles ele sempre me chamou de pequena. Não gostava quando ele dizia isso, afinal eu só era um ano mais nova que ele, e sempre que fazia alguma coisa que ele não gostava, ele sempre vinha com a história de “Eu sou o mais velho aqui, você devia me obedecer”
– E também não gosto quando me chama de pequena. Afinal, eu não sou tão nova assim, e você não é o garoto mais velho, que serve de exemplo pra mim ta legal?
- Além de ser uma Picles grande, virou teimosa também? Se bem que eu tenho que concordar que não sou muito bem um bom exemplo pra você.
- Nunca foi, e nunca será. – disse o irritando – Agora me diz, o que você ta fazendo aqui? Devia estar em São Paulo não devia? Não entendo porque veio aqui pra Campo Grande.. Afinal, São Paulo é bem maior do que aqui.
- Vim aqui, pra ficar. – disse sorrindo, e olhando a casa – Eu cresci aqui, e quero continuar aqui. Pelo menos por um ano ou coisa assim.
- Hum.. Legal! Muito legal – sorri de lado –
Isso podia ser um tanto quanto bom, mais ao mesmo tempo irritante. Agora teria que agüentar com certa freqüência Luan me irritando, e me chamando de Picles. E bem, ter que dar uma de telefonista particular novamente.
- Bom, só te digo uma coisa ta legal? Quando as garotas ligarem para você, é bom você mesmo atender, porque não quero ser sua telefonista particular, e no final não ganhar nem um centavo!
- Tudo bem, você estava me dando muito gasto mesmo. Acredita que aquela menina para quem você disse que eu ia me casar, nunca mais me ligou?
Bom a parte que ele não sabia era que eu disse que eu e ele íamos nos casar.
- Nossa, sério? Então você se lembra dela? Isso sim é um milagre. Isso aconteceu há mais de cinco anos e você não esqueceu... Porque ultimamente, você não lembra nem o nome da menina que você beijou ontem, não é?
- Sim, me lembro dela. Só não sei bem o nome dela. – disse se curvando, e coçando a nuca –
- Isso já era de se esperar não é? Afinal de contas, quantas garotas beijou hoje?
- Nenhuma. Mesmo, eu peguei o ônibus, o avião, e cheguei agora pouco.
- Duvido que não deu uns pegas na aeromoça, ou até mesmo no motorista do ônibus.
- Que isso ou! Eu sou homem, e não beijo homem. Bom, até que a aeromoça era bonitinha, mais não quis ela não.
- Acho que você não esta no direito de querer, porque ta meio difícil as meninas te quererem.
- Bom, se realmente quer a verdade.. sabe quantas meninas me ligaram só hoje?
- Duas ou três?
- Umas seis, sete. Sério, nem me lembro do nome delas. Elas vem com o papinho “Oi gatinho, aqui é a Joana. Tudo bem? Que tal a gente sair um dia desses?” – disse ele imitando voz de menina,balançando os braços pra cima e cruzando as pernas –
Eu cai na gargalhada, não pude deixar de rir, ao ver a cena que ele fez.
- Ta rindo do quê? Eu sou bom em atuação, e olha que consigo ser bem mais “meiga” do que muitas meninas por ai.
- Ok, chega por hoje. Vou lá chamar a Carol.
- Não, pode deixar que eu mesmo faço isso.
- Então tudo bem.
Ele subiu, e eu continuei exatamente como estava. Sorri ao lembrar do passado, e voltar ao presente. O sorriso dele continuava o mesmo, lindo e verdadeiro. (e ele continuava o mesmo irritante de sempre). Eu sabia que a sua volta tinha um lado bom, mas também tinha um lado ruim.

Snopse

Meu primeiro e único amor,

É uma história cuja personagem principal se chama Bela, ela é uma garota diferente de todas. Nunca se apaixonou, nunca sentiu um frio na barriga quando falavam de algum menino, simplesmente beijava por beijar e particularmente não acredita no amor. Mas isso começa a mudar a partir do momento em que o seu pior pesadelo vem á tona. O irmão mais velho de sua melhor amiga (Carolina) chega a cidade pequena do interior arrasando corações. Aquele tipo de garoto popular que faz as meninas sorrirem feito bobas e simplesmente não acredita muito no amor também. Luan era seu nome. Em um encontro inesperado Bela se vê diante de fazer duas escolhas, dizer o que sente e ser feliz, ou então ver Luan com outra pessoa e se ver feliz simplesmente por tê-lo sorrindo. A história começa a complicar mais ainda quando sua prima mais próxima chega a cidade e se apaixona por Luan também. Os dois começam a ter um relacionamento, até que algo os separa. Ops.. Até que Bela os separa. Muitas enxergam Bela como masoquista, mas a opinião dela chega a ser diferente de todos. Ela enxerga apenas o seu lado, e as vezes não percebe que o verdadeiro amor esta do seu lado, na porta da frente só esperando você ir até ele e deixá-lo entrar. Uma mistura de drama, romance, comédia, amizade.. Uma pergunta, será que a amizade pode virar amor? Bela e Luan eram inseparáveis quando menores, e essa pose de melhores amigos pode se inverter. Destino trocado? Quem sabe? Bela se vê em uma situação nada boa. E então ela da uma dica para vocês: Tenha um melhor amigo, mas não se apaixone por ele.




Web Novelas - Luan Santana

Estamos estreiando hoje o Web Novelas Luan Santana (WNLS), para você que é apaixonada e gosta de sonhar e imaginar com o nosso ídolo Luan Santana. Júlia Bezan em parceria com a Team Santana, aqui é o lugar onde se encontram as melhores web novelas, que vão começar a partir de hoje a serem postadas. Esperamos de coração que gostem do nosso trabalho, e peço por favor que não copiem nada. Plágio é crime.
 
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