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Capítulo 1


"Meu primeiro e único amor"


Fazer escolhas é natural. À toda hora, mesmo quando não percebemos, estamos tomando decisões. Algumas não irão influenciar nossa vida em nada, outras fazem a enorme diferença. E o mais engraçado é que, às vezes, essas que mudam nossa vida nem mesmo pareciam ser tão importantes.
Quem nunca passou por uma situação onde se perguntou, por exemplo, que se não tivesse se atrasado naquela segunda-feira porque decidiu tomar banho antes de sair poderia teria sido vítima daquele assalto que aconteceu dez minutos antes ou conhecido aquela pessoa ao lado de quem sentou no ônibus?
A parte ruim de fazer escolhas é que você nunca sabe qual é a certa ou que te trará bons resultados. Você está às cegas dentro de uma piscina de bolinhas: todas têm o mesmo formato, mas são de cores diferentes. E somente quando abrir os olhos, você saberá se fez a escolha certa... Ou não.
~/~/~/~/~
As suas mãos estavam em minha cintura, e as minhas em sua nuca. O beijo prosseguia lento e gostoso, mais não senti nenhum arrepio, nem borboletas no estômago, e minhas pernas não estavam nem um pouco tremulas. Dizem por ai, que quando se beija por beijar, é como se você estivesse beijando a própria mão, ou até mesmo o espelho, mas quando se beija alguém que você realmente ama.. Ai a coisa muda de figura. Sabe o que é estranho? Eu nunca senti essas coisas por ninguém, é como se eu não acreditasse que um dia encontraria a minha alma gêmea, ou coisa assim. Alma gêmea? Isso é para idiotas! Pra mim isso não passava de uma besteira, uma lenda. Até quando? Não sei.
- Filho, você ta ai? – disse um homem se aproximando -
Nesse momento, senti uma mordida na minha língua.
- Ai! – Rapidamente me afastei do menino, e o olhei séria –
- Meu pai, ele ta aqui. Eu preciso sair daqui antes que ele me veja com você. – ele saiu sem dar nenhuma satisfação -
- Olá moça, por acaso você viu o meu filho? Um menino alto, moreno..
Claro senhor, ele se assustou tanto com a sua voz, que mordeu minha língua durante o beijo, e saiu correndo.
- Me desculpe senhor, mas não vi ele não.
- Obrigado.
- De nada – sorri de lado, e fui atrás da Carolina, pois precisava ir embora –
A música estava tão alta la dentro, e minha cabeça estava doendo mais do que o normal, provavelmente o efeito da vodka já estava fazendo efeito.
- Carol! Pelo amor de Deus, vamos embora?
- Pra que a presa? Eu nem bebi muito.. E outra, não fiquei com ninguém até agora.
- Carol, eu preciso ir embora. É sério! – disse com a língua enrolada -
- Nossa, o efeito da bebida já deve estar fazendo efeito em você, ta falando tudo estranho.
- Não é a bebida. É que o carinha com quem eu estava ficando, mordeu a minha língua. Sério, e agora ta doendo pra caramba!
- Tudo bem, depois que eu subir naquela mesa – disse apontando para um mesa rodeada de homens, a maioria deles bêbados – E fazer um Strip-tease a gente vai ok?
Eu não duvido que ela faça isso em nenhum momento, do jeito que a Sr. Carolina é, é bem provável que dê uma louca nela, e ela suba mesmo na mesa.
- Perai, você acha mesmo que eu faria isso? Porque você ta me olhando de um jeito estranho.. Tudo bem, eu sou louca mais nem tanto assim.
- Ok, ok. Claro que eu sabia que você não seria capaz de fazer isso.
Na verdade, eu sabia muito bem que ela era capaz de fazer isso, e muito mais.
- Tudo bem, vamos embora então. Eu só vou pegar minha bolsa, e já venho.. E você me espera aqui.
- Tudo bem.
Era típico dela fazer isso comigo. Eu lá parada, a esperando á mais de quinze minutos.
- Até que enfim né? – disse ao avistar ela vindo em minha direção –
- Poxa, tava vendo se tinha algum menino bonito aqui, você já achou um pra você hoje e eu não. E isso é um milagre.
Tudo bem, digamos que ela e minha mãe vivem dizendo que para uma menina como eu de dezoito anos, é preciso aproveitar mais. Tudo bem, eu realmente acho que preciso de um namorado, mais até agora não encontrei absolutamente ninguém que realmente me deixasse de boca aberta, ou alguém que fizesse meu coração disparar. E também não queria Carol e minha mãe metidas nisso.. Elas já me colocaram em problemas demais, como marcar encontros com completos estranhos, e sem nem me consultar. Já sai com um padeiro, que passou a maior parte do tempo falando sobre pães, já sai com um carinha super estranho que só sabia falar de rock.. Isso cansa! Eu vivo me perguntando quando vou poder ter uma família normal, um relacionamento normal, conhecer as pessoas naturalmente.. E não ter encontros com caras completamente malucos, que falam tanto que me deixam entediada.
Nunca. Isso mesmo, nunca. Desde quando minha família é normal? Ou minha vida é normal? É acho que nunca.
- Isabella? Você ta ai?
- Hã? Que? – disse saindo do transe –
- Vamos vai. – ela disse saindo do local da festa, e entrando no carro – Amiga, se eu te pedir um favor você faz pra mim?
- Depende. Fala ai. – disse tirando os sapatos do pé, eles estavam me matando -
- É que eu não quero ficar sozinha hoje, você não pode dormir lá em casa? Vai ser divertido. Doces, e mais doces.
- Na verdade, acho que vou lá pra te ajudar com a ressaca não é? Você bebe demais menina.
- Tudo bem, então mudando.. Doces e mais doces. E também.. ressaca! Que tal?
- Só vou fazer isso, porque você é realmente minha amiga. Minha melhor amiga. Ta bom?
- É por isso que você é minha amiga, e é por isso que eu te amo..
- Tudo bem, vamos logo que eu to afim de dormir. – ela colocou o pé na marcha e logo chegamos –
Depois de ajudar ela, e fazer um chá para melhorar a dor de cabeça, fui dormir. No sofá, é. Poxa eu fui tão legal com ela, ela podia ao menos ter deixado em dormir na cama não é? Mas tudo bem, não ia reclamar.. Afinal, eu estava com sono e dormiria de qualquer jeito.. Liguei a TV, e comecei a assistir um reality show japonês, daqueles que os homens tem que ficar segurados em um tronco e quem cair por ultimo ganha. Tentava dormir, mais o sono não vinha. Talvez fosse pelo sofá que era pequeno, e desajeitado. Aposto que acordaria com uma baita dor de cabeça.
De repente.. Tudo se desligada.
- Pronto, pra melhorar tudo acaba a força. Ótimo Isabella! – resmunguei –
Nessa hora Carolina devia estar dormindo quentinha, em sua cama gostosa e eu aqui na sala em um sofá minúsculo, acordada e sem poder fazer nada.
Estava sentada quieta no sofá, resolvi tentar dormir, mais era como se o sono tivesse fugido de mim. Era estranho. E eu sabia muito bem que não era uma boa idéia levantar de lá pra ir a algum lugar, pois como eu sou desajeitada, era bem capaz de esbarrar em algum objeto caro, e o quebrar. Era melhor continuar como estava.
Do nada a porta de entrada se abre e logo se fecha. Quem será?
- Quem ta ai? – disse meio nervosa –
- Quem é você? E porque as luzes não acendem?
- Cara, a luz acabou.. E quem é você em?
- Cadê você? Não to te vendo.
- Meu Deus, eu perguntei umas mil vezes, quem é você?
- Cadê você meu Deus?
- Se eu for até ai e você for um louco e maníaco que quer se aproveitar de mim?
- Isso não vai acontecer.
Me levantei, e fui andando.. Não sabia para onde estava indo, só sabia que estava andando. E parei quando me esbarrei em alguém, ou alguma coisa.
- Ei! – disse alguém –
- Pronto te achei, agora se isso for uma brincadeira de pique-esconde eu ganhei, agora me diz quem é você e o que fazendo aqui?
- Quem é você?
- Isabella. Agora bem que você podia se afastar de mim não é? – disse isso, pois podia sentir sua respiração quente e ofegante em meu rosto, e podia muito bem sentir o cheiro de seu perfume –
- Isabella? É filha da empregada ou coisa assim?
- Não. Agora eu tenho direito a perguntas também ué.
- Tudo bem, vá em frente.
- Quem é você?
- A essa pergunta eu não posso responder. Quero deixar um certo mistério.
- Ótimo, então eu vou la em cima chamar a Carol, e dizer que tem um ladrão querendo roubar a casa, e me manipular.
- Você vai conseguir achar a escada? Porque pelo que percebi você é meio aérea, ou desastrada.
- Sou mesmo, mas sempre que sou determinada eu consigo. E se o caso é um ladrão querendo me “pegar” eu corro e acho o caminho bem rápido.
Ó deus, onde é que eu estava com a cabeça falando com um completo desconhecido que podia muito bem ser um maníaco? Estou louca. Isso só pode ser um sonho. Isso é um sonho!
Me belisquei, e percebi que era a pura verdade.
- Tudo bem, vá em frente.. Ou tente pelo menos, porque daqui você não sai. – Ele me pegou pela cintura, e me segurou –
- Me solta seu maníaco, eu vou gritar e vou acordar a Carol.
- Minha irmã tem um sono de pedra, ela não vai acordar tão cedo.
Irmã? Como assim? Hã? Mas.. Meu deus, então se a Carol é a irmã dele, ele só pode ser...
- Luan?
- Ah, pronto matou a charada. Se bem que eu acho que dei muita dica pra você.
- Da pra me soltar agora? Você realmente é um maníaco menino.
- Não é isso o que eu escuto geralmente das mulheres, definitivamente não é.
Me virei de frente pra ele, e o olhei.. Apesar de estar escuro, dava muito bem pra ver os seus olhos, que brilhavam de uma forma absurda.
- Aposto que você não tem idéia de quem eu sou. – disse -
- Picles?
- Poxa, matou a charada de primeiro!
Picles? Como assim? Ele ainda lembra disso! Parece que sim.
Bom.. deixa eu explicar melhor essa história pra vocês! Eu conheço o Luan desde pequeninha, e ele sempre gostou de me irritar. Era típico dele. Era incrível a facilidade com que ele fazia as mulheres caírem nos pés dele. Quando passava as férias na casa dele, sempre que eu atendia o telefone, era uma menina diferente querendo falar com o “gatinho luanzinho” e isso me irritava. Parecia que eu era a telefonista particular dele. Teve um dia, em que eu não me esqueço, que eu disse para uma menina que ele era meu noivo e a gente ia se casar, ela desligou na hora e nunca mais ligou. Bom, pelo menos durante o tempo que eu estive lá não. Bom, e porque o apelido Picles? Isso eu realmente não sei.. Ele sempre me chamou assim, mais não sei o que eu tenho haver com Picles.. Por acaso eu sou azeda?
- Porque Picles?
- Ah.. Na verdade eu não sei, mais gosto de te chamar assim! Não me pergunte porque.
- Você é completamente estranho muluque!
- Bom, se eu te conheço bem, e estiver quase igual á cinco anos atrás, você ainda é super desastrada, e detesta guaraná.
- Continuo detestando guaraná, mais eu não são tão desastrada assim ta bom?
Dei um passo para trás, pois senti que estava perto demais dele.. mas o que eu não percebi era que tinha um degrau atrás de mim e acabei caindo.. Não, cair cair eu não cai. Porque ele me segurou. Podia sentir uma de suas mão na minha cintura e a outra em meu braço.
- Isso é que eu chamo de desastrada.
- Tudo bem, esta escuro.. Me dê um desconto!
De repente..
A força volta, e tudo se acende.
Ao ver a cena em que estava, fiquei um pouco constrangida, pois estava mais perto delo do que pensava.. E bom, ele realmente não era o mesmo Luan de cinco anos atrás. Não no sentido de estar feio. Ele com certeza devia ter muito mais meninas atrás dele, muitas mesmo. Porque? Porque ele estava absolutamente lindo. É, isso mesmo. Seu cabelo castanho escuro, seus músculos (que, eu vou te contar, não eram nada pequenos), sua altura, seu sorriso sincero e sua covinha minúscula na bochecha direita faziam dele o garoto mais bonito que já vira. Agora, juntando isso ao fato de que ele era super gentil, inteligente e engraçado, dava pra sacar por que se tornara o mais popular também.. E porque todas as garotas se jogavam em cima dele. É bem fácil compreender, então, o motivo de praticamente todas as garotas (e alguns garotos) me invejarem por sempre ter tido ele do meu lado me irritando, me chamando de Picles e de quererem me matar por nunca ter flertado com ele, agarrado, beijado ou algo do gênero.
Acontece que ele era tão irritante comigo, que eu nunca havia percebido realmente como ele era lindo..
Tudo bem, nesse momento eu devo estar olhando pra ele como uma babaca, e pesando alto “Nossa, como ele mudou, ta lindo”. Juro que estou rezando para não fazer nenhuma burrada dessa. Mas como ele mesmo disse, eu domino a arte em ser desastrada.
- Bom.. É, você já pode me soltar. A luz voltou e eu não preciso que você me segure – disse a ele –
Na verdade, por um momento quis que ele me segurasse, era como se eu estivesse protegida em seus braços. E sempre foi assim, desde pequena.
- Você cresceu pequena! Virou uma Picles grande. – ele sorriu de um jeito lindo, que me fez sorrir também e me soltou -
- Não gosto que me chamem de Picles. – cruzei os braços e comecei a bater os pés –
- Não gosto que me chamem de Picles. – cruzei os braços e comecei a bater os pés –
Bom, além de Picles ele sempre me chamou de pequena. Não gostava quando ele dizia isso, afinal eu só era um ano mais nova que ele, e sempre que fazia alguma coisa que ele não gostava, ele sempre vinha com a história de “Eu sou o mais velho aqui, você devia me obedecer”
– E também não gosto quando me chama de pequena. Afinal, eu não sou tão nova assim, e você não é o garoto mais velho, que serve de exemplo pra mim ta legal?
- Além de ser uma Picles grande, virou teimosa também? Se bem que eu tenho que concordar que não sou muito bem um bom exemplo pra você.
- Nunca foi, e nunca será. – disse o irritando – Agora me diz, o que você ta fazendo aqui? Devia estar em São Paulo não devia? Não entendo porque veio aqui pra Campo Grande.. Afinal, São Paulo é bem maior do que aqui.
- Vim aqui, pra ficar. – disse sorrindo, e olhando a casa – Eu cresci aqui, e quero continuar aqui. Pelo menos por um ano ou coisa assim.
- Hum.. Legal! Muito legal – sorri de lado –
Isso podia ser um tanto quanto bom, mais ao mesmo tempo irritante. Agora teria que agüentar com certa freqüência Luan me irritando, e me chamando de Picles. E bem, ter que dar uma de telefonista particular novamente.
- Bom, só te digo uma coisa ta legal? Quando as garotas ligarem para você, é bom você mesmo atender, porque não quero ser sua telefonista particular, e no final não ganhar nem um centavo!
- Tudo bem, você estava me dando muito gasto mesmo. Acredita que aquela menina para quem você disse que eu ia me casar, nunca mais me ligou?
Bom a parte que ele não sabia era que eu disse que eu e ele íamos nos casar.
- Nossa, sério? Então você se lembra dela? Isso sim é um milagre. Isso aconteceu há mais de cinco anos e você não esqueceu... Porque ultimamente, você não lembra nem o nome da menina que você beijou ontem, não é?
- Sim, me lembro dela. Só não sei bem o nome dela. – disse se curvando, e coçando a nuca –
- Isso já era de se esperar não é? Afinal de contas, quantas garotas beijou hoje?
- Nenhuma. Mesmo, eu peguei o ônibus, o avião, e cheguei agora pouco.
- Duvido que não deu uns pegas na aeromoça, ou até mesmo no motorista do ônibus.
- Que isso ou! Eu sou homem, e não beijo homem. Bom, até que a aeromoça era bonitinha, mais não quis ela não.
- Acho que você não esta no direito de querer, porque ta meio difícil as meninas te quererem.
- Bom, se realmente quer a verdade.. sabe quantas meninas me ligaram só hoje?
- Duas ou três?
- Umas seis, sete. Sério, nem me lembro do nome delas. Elas vem com o papinho “Oi gatinho, aqui é a Joana. Tudo bem? Que tal a gente sair um dia desses?” – disse ele imitando voz de menina,balançando os braços pra cima e cruzando as pernas –
Eu cai na gargalhada, não pude deixar de rir, ao ver a cena que ele fez.
- Ta rindo do quê? Eu sou bom em atuação, e olha que consigo ser bem mais “meiga” do que muitas meninas por ai.
- Ok, chega por hoje. Vou lá chamar a Carol.
- Não, pode deixar que eu mesmo faço isso.
- Então tudo bem.
Ele subiu, e eu continuei exatamente como estava. Sorri ao lembrar do passado, e voltar ao presente. O sorriso dele continuava o mesmo, lindo e verdadeiro. (e ele continuava o mesmo irritante de sempre). Eu sabia que a sua volta tinha um lado bom, mas também tinha um lado ruim.

7 comentários:

Bruna disse...

UP ta muitoo linda posta mais

Sabryna Fróes disse...

Adorei!
amei o banner - queria um assim :(
POSTA MAISSSSSSSSSSS

Unknown disse...

quando você vai postar mais?estou louca para ver o próximo capitulo!

Um lance assim , sem graça . disse...

mtt fera , posta mais ?

Fc amr além da vida disse...

Que bom que estão gostando, fico feliz viu? De coração, fico muito feliz mesmo =)

Vara Do Luan disse...

cade o segundo capitulo ?? ahh morrendo akie'

BrendaCarolline disse...

Nossa muito legal

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